quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Geração de decepcionados

Crentes decepcionados são os novos peregrinos da fé

Por: Agência Latino-americana e Caribenha de Notícias

Ao decepcionar-se numa igreja, o crente vai em busca de outra. Nas grandes cidades, detecta Romeiro, há um contingente significativo de evangélicos que circulam, constantemente, de igreja em igreja, constituindo o fenômeno que os sociólogos chamam de "trânsito religioso".

A tese de Romeiro está descrita em trabalho de doutorado em teologia. A tese foi transformada em livro sob o título Decepcionados com a graça - Esperanças e frustrações no Brasil neopentecostal, pela editora Mundo Cristão.

O "nômade da fé", descreveu Romeiro na entrevista à Eclésia, busca respostas imediatas aos problemas, "uma vez que vivemos na era da velocidade. Se as respostas não chegam rápido, o sujeito procura uma nova igreja".

E o que essas pessoas que são atraídas às igrejas neopentecostais buscam? Que fiquem ricas, sejam curadas de todo tipo de doença e que todos os seus problemas sejam resolvidos, desde a falta de dinheiro até a falta de emprego. Essas são promessas da teologia da prosperidade, que propõe banir a pobreza, a doença.

O problema não está na prosperidade, mas na teologia, assinalou Romeiro. Para a teologia da prosperidade, o crente "deve morar em mansão, ter carrões, muito dinheiro e nunca ficar doente. Quando isso não acontece, é porque ele está sem fé, em pecado ou debaixo do poder de Satanás", explicou o pastor da Igreja da Trindade.

Romeiro mudou a lógica no argumento: "Ora, se formos avaliar a vida espiritual de uma pessoa pela casa onde mora ou pelo saldo bancário, temos que concluir que muitos jogadores de futebol e artistas têm uma comunhão com Deus fora do comum. E isso não é verdade".

Hoje em dia, analisou o pastor, as pessoas na igreja funcionam na base da emoção, e não pela reflexão. A teologia da prosperidade e todo esse clima de emoção têm forte apoio na mídia, um instrumento que as igrejas neopentecostais sabem trabalhar muito bem.

"Creio que o fator principal que garante a sobrevivência do movimento neopentecostal é o seu investimento pesado na mídia e o seu sucesso em colocar a igreja no mercado e as políticas do mercado na igreja", avaliou Romeiro na entrevista à Eclésia.

Isso ainda vai durar algum tempo, representando crescimento dos principais grupos neopentecostais no Brasil. Mas não têm mais o mesmo ímpeto que tinha no passado.

Romeiro entende que, "na medida em que os adeptos vão se decepcionando com a mensagem e a falta de ética de alguns segmentos neopentecostais, creio que haverá uma volta à Bíblia por parte de muitos. Por isso, as igrejas cristãs devem estar preparadas para receber e ajudar tais pessoas", recomendou.

Na entrevista, Romeiro também questionou o fato de mais e mais pessoas se converterem e a situação da nação brasileira ficar cada vez pior, basta analisar os casos de violência, o tráfico de drogas, que estão "fora do controle das autoridades". Que Evangelho é esse que não afeta a sociedade para melhor nem transforma pecadores em santos? - pergunta.

O neopentecostalismo, definiu, é "vigoroso na sua ação evangelizadora, na capacidade de agrupar pessoas, mas frágil na sua ação disciplinadora".

Fonte: Editora Mundo Cristão / ALC


* Paulo Rodrigues Romeiro é Pastor e Doutor em Ciência da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo. Professor na Escola Superior de Teologia e no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo.

domingo, 21 de novembro de 2010

A Igreja é a mão de Deus


Irmã Marilande Gonçalves de Souza Baptista | Vice-Coordenadora do Ministério de Família
Coordenando a celebração noturna deste domingo (21/11), a Irmã Marilande Gonçalves de Souza Baptista.



Pastor Jorim Octávio, Missionário filipino com um dos integrantes do Quarteto Templo (intérprete)
A mensagem bíblica foi proferida pelo visitante, Pastor Jorim Octávio, missionário filipino, que em palestra  citou: “A igreja é a mão de Deus, estendida aos perdidos. Para onde estamos caminhando? Você tem estendido as mãos para os seus vizinhos, amigos, colegas de classe ou mesmo para sua família? Você está satisfeito com o nível de ação pessoal? Existem muitas pessoas perecendo e Jesus está voltando. Não fique satisfeito no seu ambiente de conforto, dentro de suas igrejas. Vá em frente até a volta de Jesus. Existem lugares bonitos onde as pessoas estão perecendo. Vamos caminhar em frente o mundo está esperando.”

O Culto contou também com a presença do Quarteto Templo, em momento de adoração e louvor ao SENHOR.




 Quarteto Templo


Grupo de Louvor da IBA

O Encontro Pessoal

Ministro de Música | Rogério Oliveira de Souza
Hoje pela manhã (21/11), a celebração matinal foi dirigida pelo Ministro de Música, Rogério Oliveira de Souza, enfatizando "que motivos não faltam para glorificarmos o nome do SENHOR. Deus aceita o gesto de adoração do seu povo de forma sincera. Deus espera de nós uma adoração verdadeira. O "encontro pessoal" começa em casa onde é possível revitalizarmos a nossa amizade com Cristo; onde reafirmamos a nossa filiação,  de fundamental importância, para cada um de nós e para a nossa igreja. Deus sempre demonstra interesse em agendar um encontro pessoal conosco." Em convite à reflexão, exorta: "Que tipo de culto e que tipo de adoração nós estamos dedicando a Deus?" Concluiu.

Grupo de Louvor

O Ministro de Música | Rogério Oliveira de Souza e Grupo Musical da IBA

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

domingo, 24 de outubro de 2010

Adolescentes adorando com atitude


Congresso de Adolescentes - Tema: ADORANDO COM ATITUDE
Igreja Batista Alvorada - Feira de Santana - Bahia

O Novo Testamento destaca algumas palavras relacionadas com o culto que oferecemos ao nosso Deus, são elas: PROSKUNEO(Adorar) – Originalmente significava beijar ou prostra-se dobrando os joelhos, em sinal de submissão e lealdade colocando-se à inteira disposição de Deus. A outra palavra é LATRÉIA(Culto ou Serviço). Cultuar, portanto, significa prestar serviço a Deus ou oferecer atos de adoração que agradam a Deus(Êx. 4:23; 8:1; 9:1).

Infelizmente nos dias atuais, as igrejas estão cheias de inovações. A preocupação não é agradar e servir a Deus, mas agradar e servir ao cultuador. A criatura é mais importante que o Criador. O culto deixa de ser teocêntrico para ser antropocêntrico. O centro do culto é o homem e não Deus. Como bem disse John D. Barnett: “É triste ver tanto “culto-show” que deseja agradar ou satisfazer às pessoas em detrimento da vontade de Deus. Nesses “cultos” não existem adoradores, existem “artistas” e “platéia”. O que falta em conteúdo nessas reuniões sobra em assovios, gritos, pulos e aeróbica.

O tema escolhido pelos nossos adolescentes para o Congresso deste ano(Adorando com Atitude), reflete a insatisfação deles com os paradigmas atuais da adoração no meio evangélico. É preciso questioná-los e mudá-los se for preciso. O nosso referencial não é o líder A ou B; a igreja A ou B, mas sim a Palavra de Deus. Nela vamos encontrar como Deus deseja ser cultuado; o que lhe agrada e o que não lhe agrada.

O apóstolo Paulo na carta aos Romanos fala de “Culto Racional” é de “não tomar a forma do mundo”(Rm. 12:1-2); na primeira carta aos Coríntios ele fala que “Deus não é Deus de desordem” e que “tudo deve ser feito com decência e ordem”(I Co. 14:33 e 40); na carta aos Efésios ele diz “livrem-se de toda gritaria”(4:31), no livro do Apocalipse João fala de “um cântico novo”(Ap. 14:1-3), Isaías fala que as atitudes dos adoradores no seu dia a dia são mais importantes do que aquilo que fazem e oferecem no culto(Is.:11-20). Para Wiliam Temple, culto é “despertar a consciência pela santidade de Deus; é alimentar a mente com a verdade de Deus; é dedicar a vontade ao propósito de Deus”.

À semelhança de jovens e adolescentes de outras partes do Brasil, nossos adolescentes estão buscando algo mais que shows vazios e que não acrescentam nada às suas vidas. Eles querem adorar a Deus com atitude, isto é, com propósito de agradar a Deus e de fazer algo que redunde na edificação de vidas e na glória de Deus. “Voltemos ao evangelho puro e simples – O show tem que acabar!!! (frase de uma faixa dos jovens evangélicos de São Paulo na Marcha pela Ética).

Pr. Carlos Alberto da Cruz Baptista 

Grupo Jovem de Louvor da IBA


Pr. Jóas Menezes | Cord. da Juventude | Igreja Batista de Sião - Salvador - Ba
Grupo Jovem de Louvor da Igreja Assembléia de Deus - SEDE Feira de Santana
Grupo Jovem de Louvor da Congregação de Santanópolis - IBA
Grupo Jovem de Louvor da IBA
Pr. Carlos Alberto da Cruz Baptista; Élcio Rabelo Coord. do Ministério Jovem; Comissão Organizadora e Jovens Adolescentes

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Ser nova criatura


"Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gálatas 2.20). É assim que Paulo, resumidamente, descreve o que aconteceu desde o dia em que Cristo se revelou a ele no caminho de Damasco. A cruz de Cristo se estendeu até ele e lá, onde Jesus foi crucificado, ele também foi. Na morte de Cristo, ele também morreu para o seu “velho homem”; e, na ressurreição de nosso Senhor, ele também ressurgiu para uma vida nova, para o “ser nova criatura”. Agora, ele reconhece que o “velho Saulo” já não vive mais, mas é Cristo que vive pelo poder do Espírito Santo nele. Trata-se de uma nova vida, efetuada agora pela fé em Cristo e naquilo que Cristo fez por ele. Isto é o que chamamos de conversão.

A conversão de Paulo tem uma história. Toda conversão, aliás, tem sua história. Ela envolve o que ele era antes, o que aconteceu e aquilo em que se tornou. Antes, Paulo era um judeu zeloso, inteligente, responsável que, segundo ele mesmo, encontrava-se acima da média dos seus colegas e buscava guardar as tradições dos seus antepassados. Paulo era um homem íntegro, coerente com tudo aquilo que cria, a ponto de se lançar numa perseguição aos cristãos por considerá-los uma ameaça à pureza da religião judaica, da qual era fiel defensor. Foi assim que ele viveu durante muitos anos.

Um dia, Saulo foi para Damasco, levando consigo uma autorização dos seus superiores dando-lhe poderes para prender ou fazer o que fosse necessário, dentro do que a lei permitia, com os cristãos daquela cidade. Durante a viagem, por volta do meio-dia, uma luz brilhou com uma intensidade tão grande que jogou ele e seus colegas no chão. Ali, então, ouviu uma voz que lhe disse: “Saulo, Saulo, porque você está me perseguindo? Resistir ao aguilhão só lhe trará dor!” Ele respondeu: “Quem és tu, Senhor?” Então ouviu a resposta que dizia: “Sou Jesus, a quem você está perseguindo”. Naquele momento em que Cristo se revelou, Paulo reconheceu que tudo aquilo que pensava ser o certo, que toda a sua religiosidade que fez dele um homem tão íntegro e responsável, na verdade estava levando-o para um caminho completamente oposto ao de Deus. Ele que pensava ser um grande amigo do Senhor, fazendo o melhor que podia para preservar a pureza daquilo que cria ser sua vontade; de uma hora para outra, vê-se como inimigo de Deus ao ouvir de Cristo: “Sou Jesus, a quem você está perseguindo”. Este encontro transformou radicalmente, e para sempre, a vida de Paulo. Enquanto se encontrava ainda no chão, Jesus continuou dizendo a ele: “Agora, levante-se, fique em pé. Eu lhe apareci para constituí-lo servo e testemunha do que você viu a meu respeito e do que lhe mostrarei”. Paulo levantou-se para iniciar uma nova jornada, uma nova vida, uma nova missão. Depois de passar três anos na Arábia, ele volta para Jerusalém e inicia seu longo ministério, proclamando as boas novas do Evangelho de Cristo ao mundo. Paulo tinha uma vida como todos nós. Era um homem íntegro, zeloso e coerente com suas convicções, como alguns de nós. No entanto, quando Cristo se revelou a ele como Filho de Deus, Salvador, ele se entregou completamente. As coisas velhas ficaram para trás; suas velhas ambições foram abandonadas; seus velhos princípios, valores e conceitos, também deixados para trás. Não era mais o mundo quem determinava o que era o certo ou o errado – nem mesmo sua consciência tinha a última palavra. O que lhe importava a partir de então era Cristo, sua palavra, sua cruz, sua ressurreição, sua vontade.

Temos perdido este conceito tão central e fundamental da conversão. O Cristo que queremos servir não é mais aquele que se revela, mas um que nós criamos a partir daquilo que nos interessa. Não somos mais convertidos a ele, mas é ele quem se converte a nós. A vida cristã não significa mais o “ser nova criatura”, mas permanecer sendo a mesma criatura, apenas com um leve toque de verniz religioso. Não queremos deixar nada para trás; não pretendemos nos despir do “velho homem” com suas manias, vícios, pecados e hábitos imorais; não queremos abrir mão das ambições mesquinhas; muito menos, das vaidades infantis. Não é mais a voz de fora que fala conosco, mas uma voz de dentro, uma voz que nasce do medo, das inseguranças e dos desejos confusos e neuróticos que definem a natureza da fé.

Precisamos recuperar o significado de dizer: “Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim”. Precisamos voltar a viver pela fé no Filho de Deus, e não pelos impulsos da nossa natureza caída ou atraídos pelo fascínio de uma cultura que nega a cruz de Cristo.

Precisamos reconhecer mais uma vez que o chamado de Cristo envolve a renúncia e a radicalidade de um discipulado no qual o Filho de Deus permenece sendo o Senhor da Igreja. Num cenário de esvaziamento ético e frouxidão moral, os cristãos são chamados mais uma vez a dar testemunho de esperança através de uma vida comprometida com os propósitos de Deus para sua criação. A sobrevivência da humanidade dependerá da integridade daqueles que sustentam o testemunho da graça de Deus.

Ricardo Barbosa de Souza
é conferencista e pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto, em Brasilia


domingo, 10 de outubro de 2010

Discipulado, comunhão e compromisso



* Pr. Antonísio de Oliveira Morais

Uma das formas de discipular é ouvir a pessoa, deixar que ela exponha suas dúvidas e conduzi-la a superar suas impossibilidades e barreiras através de Jesus.

O discipulado sempre foi uma excelente ferramenta usada pela Igreja, desde seus primórdios nos tempos apostólicos, para implantar valores e mandamentos de Deus no coração dos homens. Isso tem sido feito pela defesa de princípios e da observância de um estilo de vida segundo Jesus, mostrado na Palavra do Senhor. Todavia, alguns pontos diferem o discipulado cristão do ensino que temos hoje na maioria das igrejas que montam classes bíblicas. Enquanto que, nos bancos de Escola Dominical, prevalece o modelo “aluno-professor” e o que vale é a transmissão da informação. O discipulado é um processo individual, pessoa por pessoa. Muito mais do que um estudo bíblico, o discipulado busca a formação do indivíduo e a construção de um estilo de vida encontrado na Palavra de Deus.

Uma das formas de discipular uma pessoa é ouvi-la, deixar que ela exponha suas dúvidas e devaneios, conduzindo-a de modo prático, e não didático, a superar suas impossibilidades e barreiras, abraçando um novo estilo de vida. Mas discipulado não é algo que se faz em algumas visitas ou reuniões com o discípulo; antes, é um processo cuja eficácia atravessa diversas etapas – mudança de valores, aprendizado, crescimento e prática – que o novo discípulo deve atravessar. O discipulado gera comunhão, tanto na vida do discípulo, como na do discipulador. E nesta interação, comunhão e compromisso são elementos fundamentais para o crescimento espiritual.

O discipulado é um estilo de vida que só pode ser aprendido e praticado por aqueles que se entregam plenamente a sua prática e se dão liberdade de passar mais tempo juntos, mostrando um ao outro suas qualidades advindas da comunhão com Cristo, e superando seus defeitos ou inabilidades que ainda precisam ser trabalhados pelas mãos do supremo oleiro. Logo, discipular é andar junto, partilhar tanto as alegrias como as tristezas, as dificuldades como as vitórias; é ser transparente nos relacionamentos. Discipular é viver de modo digno de Deus, de forma que o discípulo possa imitar o discipulador, sabendo que este é, por sua vez, um imitador de Cristo.